sábado, 20 de novembro de 2010

voltar atrás


Tenho saudades de ser desconhecedora.
Hoje não sei nada, mas ainda assim sei mais do que ontem. E tenho saudades de ser desconhecedora.
De achar que as bolas de sabão eram um coisa mágica de outro mundo, e de achar que conseguia ver o mundo inteiro, se o baloiço me elevasse mais do que o normal.
Tenho saudades de não distinguir as terças das quintas. De achar que os dias eram sempre iguais.
Tenho saudades de não me preocupar com as aparências e as opiniões das pessoas. Tenho saudades de ter medo dos rapazes e de os achar monstros de cabelo curto.
Agora sei perfeitamente que as bolas de sabão são efémeras esferas feitas de sonhos e sorrisos de crianças, que num pequeno toque, são desfeitas. E que, por muito alto que suba um baloiço, o fim do mundo nunca irá ser conhecido por ninguém.
E agora também sei que as terças e quintas me sabem a amargo e que, com olhares interesseiros de outras pessoas, sou desfeita tão rapidamente como uma bola de sabão.
E ironicamente, são poucos os rapazes de cabelo curto.
Por isso, vamos voltar atrás no tempo ?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

fernando pessoa

"Amigos, ainda…

Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas
jogadas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos
que tivemos, dos tantos risos e
momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da
angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim…
do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades
continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem
sabe…nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas
tolices…
Aí, os dias vão passar, meses…anos… até
este contacto se tornar
cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo….
Um dia os nossos filhos verão as nossas
fotografias e perguntarão:
“Quem são aquelas pessoas?”
Diremos…que eram nossos amigos e……
isso vai doer tanto!
“Foram meus amigos, foi com eles que vivi
tantos bons anos da minha vida!”
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes
novamente……
Quando o nosso grupo estiver incompleto…
reunir-nos-emos para um último
adeus de um amigo.
E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar
mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para
continuar a viver a sua vida,
isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo…..
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde
amigo: não deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas
adversidades sejam a causa de grandes
tempestades….
Eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os
meus amores, mas enlouqueceria se
morressem todos os meus amigos!"

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

be stupid

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

rotina

Estou numa de não querer saber. A minha mente já não funciona tão bem como no inicio, e devido à pressão, não consigo acompanhar o ritmo que antes levava.
É cada vez mais difícil de me levantar com entusiasmo. É só mais um dia de aulas, é só a rotina que hoje tens de enfrentar.
Estou a expirar de prazo, embora seja uma jovem sem experiências de vida.
E o problema é esse. No fundo, somos todos um bando de perdidos, que se importam com o que os outros pensam, e que andam às voltas, desesperadamente, à procura de afecto e não de amor.
E eu pergunto-me porquê. Podíamos todos esquecer a rotina e a moda, e de vez em quando, pensarmos aonde nos leva sermos tão estúpidos.
E podíamos, uma vez na vida, pensarmos no que nós queremos e não no que os outros querem que nós sejamos.
Eu só quero ser feliz, e não me importa se seja uma felicidade constante. A este ponto da minha vida, o que me importa é rir todos os dias, nem que seja por segundos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

sonhos inexistentes

Como qualquer outro adolescente normal, todas as segundas-feiras acordo de mau-humor.
É supérfluo sorrirmos quando temos algo pesado para carregar às costas, cheio de "tralha".
Admito que, a nossa geração é formada por raparigas literalmente afogadas em maquilhagem e por rapazes com cabelo mais comprido do que o normal. Mas para além de esses e muitos outros defeitos, preocupa-me a inexistência de sonhos.
Por vezes pergunto-me se ainda temos essa capacidade de sonhar e lutar por aquilo que queremos, sem que os nossos progenitores nos sustentem ou nos protejam.
As ambições foram trocadas por desejos momentâneos e impulsos.
E é inacreditável que o jogar à bola, nos leve agora muito mais longe do que um curso de medicina.
Precisamos de mais motivação e menos lixo superficial.
Porque sem sonhos ou ambições, o máximo que podemos ser nunca irá ser o suficiente para nos deixar felizes ou quase-felizes.
E sem darmos conta, vivemos submersos na nossa própria ignorância e falta de vontade.