
Asfixio num ar ternurento, de um breve verão que receia em chegar. Hesita enquanto o cobiço timidamente.
Dança com o meu cabelo, causa-me arrepios.
E torna as escassas lembranças em memórias vivas.
Murmuro-lhe conversas cantadas e chamo-lhe de "velho amigo".
E tento esboçar-lhe uma cara feliz, e uns olhos grandes e límpidos. E um sorriso saudável.
Tentar fazer dele uma cor. Clara e imaculada. A mais pura de todas.
Tornar-lhe pessoa. Não um humano, mas uma pessoa. Gente que vale a pena ser reconhecida.
Os meus olhos já nada vêem, só vêem um rosto distorcido na minha mente. Enquanto fecho os olhos cansados, digo "vou chamar-te verão".