Estou sentada na cama após um dia chato de Verão. Não fiz nada sem ser ver tv.
Os meus olhos ainda estão um bocado vidrados e pesados.
De repente, entro numa espécie de lembrança ou sonho.
Sou quinze dias mais nova. É incrível como consigo, de facto, sentir o passado tão vivo.
Desta vez estou com eles à beira da piscina. Estamo-nos a rir, mas não percebo bem porquê. As vozes não se ouvem bem, estão embaciadas e abafadas.
O meu riso quase que me sufoca e as lágrimas quase me vêm aos olhos.
Tento parar de rir. Não consigo.
Há muito tempo que não me via assim, tão alegre.
E num instante completamente louco, num instante fora de mim, mergulho. E arrependo-me.
Tinha-me esquecido do aspecto do meu cabelo quando está molhado.
Fica áspero e a sua cor malhada tornava-se num castanho vulgar.
Tinha me esquecido que o meu cabelo húmido, ficava sem graça e sem brilho.
Voltei de novo ao meu quarto. Os meus olhos estão agora mais leves.
Esta memória repentina só me pôs mais deprimida. Deu-me uma súbita vontade de estar naquela casa outra vez e de, por momentos, não sentir saudades deles.
Experimento fechar os olhos para me sentir quinze dias mais nova outra vez. Não dá.
Procuro razões para não enfraquecer ao pensar nisso. Não encontro.
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Querido Julho..

Estamos em Julho. Mal consigo sair de casa, porque o calor parece consistente demais para mim.
As paredes derretem e até sinto o meu próprio corpo a derreter, também.
Estou constantemente a sofrer de ansiedade. Quem diria que a falta de gelados no congelador tinha tanto poder em mim ?
Mas a ansiedade bateu à porta juntamente com a frustração.
Estou tão farta de assistir aos mesmos fenómenos.
Da minha janela, já não se vê nada de novo. Nem a fox life me consegue surpreender, só para terem uma ideia da gravidade da situação.
Preciso de uma mudança em minha casa, ou em mim.
Preciso de alguma coisa que esteja em alteração contínua.
Estou farta de aguardar pelos quinze dias lá no Sul. Rezo por eles quase todos os dias, esperando que estes me façam melhor que um comprimido qualquer.
Só peço uma transformação neste mês.
Por isso, por favor, que alguém abençoe Julho.
terça-feira, 13 de julho de 2010
O Estranho Caso de Benjamin Button
Benjamin Button: I was thinking how nothing lasts, and what a shame that is.
Daisy: Some things last...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
cold feeling
Hoje tive frio de noite.
Apesar do calor que me abraçava, o frio surgiu pela falta que eu sentia.
Às vezes gostava que as coisas durassem para sempre. Até eu me fartar delas...
Gostava que os velhos dias voltassem para eu saciar este sentimento perturbador. Para este frio desaparecer.
Por isso fui buscar um cobertor, pois foi a única solução que encontrei, já que este sentimento de falta não pode ser curado de maneira nenhuma.
domingo, 4 de julho de 2010
somewhere over the rainbow
"Wake up where the clouds are far behind me,
Where trouble melts like lemon drops..."
Where trouble melts like lemon drops..."
quinta-feira, 1 de julho de 2010
preciosidade de quatro patas.
Às vezes não passas de nada, outras vezes consegues ser mais do que um pequeno mundo para mim.
Agarrei-te com força, embora sei que odeies sentir-te presa a alguém.
Agarrei-te muito carinhosamente e acalmei o teu pêlo despenteado. E finalmente, a tua cauda parou, como se fosse uma ventania que amaina no fim do dia.
Encostei a tua cabeça à minha e fitei os teus olhos enormes e verdes.
Nunca me tinha apercebido da beleza deles.
Tive saudades tuas.
Sorri-te e senti-me estúpida, sabendo perfeitamente que o meu sorriso não tinha qualquer significado para ti.
"Adoro-te", disse-te.
Soou muito mais estranho dito em voz alta. Qualquer pessoa que me visse, achava-me tola.
Não passava de uma rapariga a falar para alguma coisa preta de quatro patas.
A tua cauda começava a ficar descontrolada outra vez.
Pousei-te no chão e fugiste de mim, como se fosses uma criança com medo do escuro.
Suspirei e sentei-me no sofá, à procura de outro tipo de entertenimento.
E uns meros segundos depois, vieste e apoderaste-te do meu colo, como se ele alguma vez te pertencesse.
Talvez o meu sorriso tivesse algum significado.
Contra a tua vontade, abracei-te para teres a certeza que és minha e nunca o vais deixar de ser.
Fechei os olhos.
Por mais quanto tempo te vou poder segurar nos meus braços?
Agarrei-te com força, embora sei que odeies sentir-te presa a alguém.
Agarrei-te muito carinhosamente e acalmei o teu pêlo despenteado. E finalmente, a tua cauda parou, como se fosse uma ventania que amaina no fim do dia.
Encostei a tua cabeça à minha e fitei os teus olhos enormes e verdes.
Nunca me tinha apercebido da beleza deles.
Tive saudades tuas.
Sorri-te e senti-me estúpida, sabendo perfeitamente que o meu sorriso não tinha qualquer significado para ti.
"Adoro-te", disse-te.
Soou muito mais estranho dito em voz alta. Qualquer pessoa que me visse, achava-me tola.
Não passava de uma rapariga a falar para alguma coisa preta de quatro patas.
A tua cauda começava a ficar descontrolada outra vez.
Pousei-te no chão e fugiste de mim, como se fosses uma criança com medo do escuro.
Suspirei e sentei-me no sofá, à procura de outro tipo de entertenimento.
E uns meros segundos depois, vieste e apoderaste-te do meu colo, como se ele alguma vez te pertencesse.
Talvez o meu sorriso tivesse algum significado.
Contra a tua vontade, abracei-te para teres a certeza que és minha e nunca o vais deixar de ser.
Fechei os olhos.
Por mais quanto tempo te vou poder segurar nos meus braços?
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