quinta-feira, 1 de julho de 2010

preciosidade de quatro patas.

Às vezes não passas de nada, outras vezes consegues ser mais do que um pequeno mundo para mim.
Agarrei-te com força, embora sei que odeies sentir-te presa a alguém.
Agarrei-te muito carinhosamente e acalmei o teu pêlo despenteado. E finalmente, a tua cauda parou, como se fosse uma ventania que amaina no fim do dia.
Encostei a tua cabeça à minha e fitei os teus olhos enormes e verdes.
Nunca me tinha apercebido da beleza deles.
Tive saudades tuas.
Sorri-te e senti-me estúpida, sabendo perfeitamente que o meu sorriso não tinha qualquer significado para ti.
"Adoro-te", disse-te.
Soou muito mais estranho dito em voz alta. Qualquer pessoa que me visse, achava-me tola.
Não passava de uma rapariga a falar para alguma coisa preta de quatro patas.
A tua cauda começava a ficar descontrolada outra vez.
Pousei-te no chão e fugiste de mim, como se fosses uma criança com medo do escuro.
Suspirei e sentei-me no sofá, à procura de outro tipo de entertenimento.
E uns meros segundos depois, vieste e apoderaste-te do meu colo, como se ele alguma vez te pertencesse.
Talvez o meu sorriso tivesse algum significado.
Contra a tua vontade, abracei-te para teres a certeza que és minha e nunca o vais deixar de ser.
Fechei os olhos.
Por mais quanto tempo te vou poder segurar nos meus braços?

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