-Tive aquela sensação de desconforto ao olhar para ti. Estás vazio. Nem sequer estás aí...
-Estou...acho que estou.
Ele sentou-se para se acalmar um bocado. Pôs as mãos sobre o seu rosto, acariciando-o constantemente. Tinha deixado de sentir-se.
-Não, afinal não estou.
Começou a chorar palavras e montes de desculpas.
A ausência não é fácil.
-O que faço?- perguntou-me.
-Foge. Vai-te embora. Volta quando tiveres a certeza que voltaste para ti mesmo.
Hesitei em impedi-lo de ir. Fiquei com receio que ele nunca mais fosse o mesmo.
Ambos o sabíamos perfeitamente, que uma vez que partisse, nunca mais voltaria.
"Os ausentes fazem sempre mal em voltar." (Jules Renard)
Sem comentários:
Enviar um comentário