terça-feira, 21 de setembro de 2010

desabafo

Lá fora as nuvens abraçam o sol e afogam-no no meio de tanto nevoeiro. O vento já grita um bocado comigo, e chama-me. Ele pergunta-me porque não saio de casa.
A verdade é que, por muita curiosidade que tenha de saber de que cor está o céu, eu refugio-me dentro do meu quarto.
Olho apenas pela janela e tento reconhecer o velho verão que foi rejeitado daqui; daqui deste pequeno pedaço de terra.
Despedi-me dele há muito tempo, há alguns meses atrás quando este me tentou fugir das mãos.
Agora preparo-me para o cinzento.
Já sei que nessas ocasiões, em vez de um dia verde a desejar-me os bons dias, tenho chuva e vento a murmurarem-me qualquer coisa aos ouvidos...
Como é que passa assim tão rápido ? Tudo muda ou tenta mudar à minha volta.
Há dois meses, era tudo tão diferente. Mas eu permaneço no mesmo sítio. Não há fuga à minha volta. Continuo quem sempre fui. E a única saída que encontro, é nos sábados à noite quando vejo um filme que me leva não sei onde, mas a qualquer lugar longe daqui.

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